Por Nathalia Cavalcante
Heitor e Júlia formam o casal fio condutor da trama realizada por Lina Chamie. Repleto de labirintos que fazem o espectador adentrar na história que apresenta um relacionamento em conflito, envolvendo metáforas em conjunto com a cidade que, consecutivamente, se torna mais uma personagem. Uma característica marcante de uma narrativa não-clássica, empregada nessa obra, ao som de música clássica intensa, de acordo com a aflição de Heitor, é a exposição imediata desse personagem, em meio a uma desordem interna. A situação é revelada de modo a não identificar, em primeira instância, a razão que o fez se encontrar em tal estado.
Heitor e Júlia formam o casal fio condutor da trama realizada por Lina Chamie. Repleto de labirintos que fazem o espectador adentrar na história que apresenta um relacionamento em conflito, envolvendo metáforas em conjunto com a cidade que, consecutivamente, se torna mais uma personagem. Uma característica marcante de uma narrativa não-clássica, empregada nessa obra, ao som de música clássica intensa, de acordo com a aflição de Heitor, é a exposição imediata desse personagem, em meio a uma desordem interna. A situação é revelada de modo a não identificar, em primeira instância, a razão que o fez se encontrar em tal estado.
Alice Braga (Júlia), Marco Ricca (Heitor) e Lina Chamie |
“A Via Láctea” (2007) não oferece o tempo ao
espectador para absorver as informações. Heitor e a cidade são exibidos na
tela. O personagem está estarrecido e, a princípio, somente ele tem o
conhecimento de quê o levou àquela atitude. Lina Chamie proporciona de modo
moderado os dados necessários para construir o questionamento proposto por sua
obra. A não-linearidade auxilia nesse quesito, pois torna o enredo em um
emaranhado de elementos a serem compreendidos, ou pelo menos, criadas
possibilidades adversas em torno do tratado. Mesmo apresentando subsídios que,
no primeiro contato não oferecem respostas concretas, “A Via Láctea” possui um plot rico em detalhes, que permitem
desenvolver um ritmo acerca das situações pautadas na história. Desse modo,
Metz, reforça que,
Um
grande e permanente equívoco paira sobre a definição do cinema ‘moderno’.
Subentende-se e às vezes afirma-se que o ‘jovem cinema’ o ‘cinema novo’, teria
ultrapassado o estágio da narração,
que o filme moderno seria objeto absoluto, obra que pode ser percorrida em
qualquer direção, que teria expulso de certa forma a narratividade,
constitutiva do filme clássico (1972, p. 173).