Cinema e Política
Texto: Nathalia Cavalcante
O período denominado Estado Novo, do então presidente Getúlio Vargas, ficou vigente de 1937 a 1945. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado em 1939, em substituição ao Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC) que em 1934 havia substituído o Departamento Oficial de Propaganda (DOP). Estes existiam desde 1939, porém com grandes limitações, sendo subordinados diretamente ao gabinete do presidente da república. O DIP era dirigido pelo jornalista e intelectual Lourival Flores. A abrangência desta nova agência em relação às substituídas era infinitamente maior, juntamente, com seu poder de intervenção na sociedade. O DIP tinha como função supervisionar a propaganda e vetar os meios de comunicação servindo, basicamente, como aliado ao governo, atuando com veemência nesta área. Por ser encarregado de divulgar as atividades governamentais, com destaque para o chefe de Estado, exerceu o controle ideológico na comunicação. Teve presença e influência nas decisões no que se refere ao teatro, cinema e televisão. Seu controle atingia as manifestações culturais em geral. O cinema se destaca, pois passou a ser um meio pelo qual o governo realizava propagandas políticas. Isto se deve ao golpe de 10 de dezembro de 1937, por se tratar de um regime no molde nazi-fascista. Daí veio a inspiração do modelo publicitário, cujo primeiro papel era fazer propaganda e cultuar a personalidade do ditador. A partir disto, as produções cinematográficas passaram a ressaltar a sociedade brasileira de forma pacata, os mitos e o povo de um modo geral. Assim, o que era considerado contrário ao governo ou que denegrisse a sua imagem, era vetado. Além disso, o DIP era encarregado pela produção e divulgação do noticiário oficial. Com esta estratégia do governo estadonovista, o povo brasileiro encontrou segurança e tranquilidade, devido aos métodos pelos quais o DIP passava as informações. Assim a população enxergou neste governo o progresso econômico. Nesse período, o cinema cumpriu exigências com base em leis e decretos impostos. Dentre eles, o Cinejornal Brasileiro exibido, obrigatoriamente, antes do filme principal. Consistia em documentários de propaganda política, produzidos e distribuídos pela Cinédia, Filmoteca Cultural e Botelho Filmes. Tratava-se de filmes sobre a biografia do presidente, filmes de cunho educativo e histórico, este muitas vezes dirigido por Humberto Mauro. A censura se estabelece a partir de 1932, quando foi criado pelo governo provisório o serviço de censura. Devido a isto, “O grande ditador” de Charles Chaplin, filme de grande sucesso, gerou polêmica. A princípio o DIP negou o certificado de exibição, afirmando que o filme se enquadrava nos parâmetros da censura brasileira. Após recursos, a produção de Chaplin pôde ser exibida no Brasil, sem cortes, devido às pressões do governo estadunidense. É possível que os censores acreditassem que a população pudesse relacionar o filme ao governo brasileiro. Depois de exibido ganhou destaque, além de críticas de especialistas no ramo.
Texto: Nathalia Cavalcante
O período denominado Estado Novo, do então presidente Getúlio Vargas, ficou vigente de 1937 a 1945. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado em 1939, em substituição ao Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC) que em 1934 havia substituído o Departamento Oficial de Propaganda (DOP). Estes existiam desde 1939, porém com grandes limitações, sendo subordinados diretamente ao gabinete do presidente da república. O DIP era dirigido pelo jornalista e intelectual Lourival Flores. A abrangência desta nova agência em relação às substituídas era infinitamente maior, juntamente, com seu poder de intervenção na sociedade. O DIP tinha como função supervisionar a propaganda e vetar os meios de comunicação servindo, basicamente, como aliado ao governo, atuando com veemência nesta área. Por ser encarregado de divulgar as atividades governamentais, com destaque para o chefe de Estado, exerceu o controle ideológico na comunicação. Teve presença e influência nas decisões no que se refere ao teatro, cinema e televisão. Seu controle atingia as manifestações culturais em geral. O cinema se destaca, pois passou a ser um meio pelo qual o governo realizava propagandas políticas. Isto se deve ao golpe de 10 de dezembro de 1937, por se tratar de um regime no molde nazi-fascista. Daí veio a inspiração do modelo publicitário, cujo primeiro papel era fazer propaganda e cultuar a personalidade do ditador. A partir disto, as produções cinematográficas passaram a ressaltar a sociedade brasileira de forma pacata, os mitos e o povo de um modo geral. Assim, o que era considerado contrário ao governo ou que denegrisse a sua imagem, era vetado. Além disso, o DIP era encarregado pela produção e divulgação do noticiário oficial. Com esta estratégia do governo estadonovista, o povo brasileiro encontrou segurança e tranquilidade, devido aos métodos pelos quais o DIP passava as informações. Assim a população enxergou neste governo o progresso econômico. Nesse período, o cinema cumpriu exigências com base em leis e decretos impostos. Dentre eles, o Cinejornal Brasileiro exibido, obrigatoriamente, antes do filme principal. Consistia em documentários de propaganda política, produzidos e distribuídos pela Cinédia, Filmoteca Cultural e Botelho Filmes. Tratava-se de filmes sobre a biografia do presidente, filmes de cunho educativo e histórico, este muitas vezes dirigido por Humberto Mauro. A censura se estabelece a partir de 1932, quando foi criado pelo governo provisório o serviço de censura. Devido a isto, “O grande ditador” de Charles Chaplin, filme de grande sucesso, gerou polêmica. A princípio o DIP negou o certificado de exibição, afirmando que o filme se enquadrava nos parâmetros da censura brasileira. Após recursos, a produção de Chaplin pôde ser exibida no Brasil, sem cortes, devido às pressões do governo estadunidense. É possível que os censores acreditassem que a população pudesse relacionar o filme ao governo brasileiro. Depois de exibido ganhou destaque, além de críticas de especialistas no ramo.
Referências bibliográficas:
TEIXEIRA, Francisco M.P. História do Brasil Contemporâneo. 2ªed. São Paulo: Ática, 1995. Texto “O protetor em ação”, do livro “História do povo brasileiro” – p.40 a 54.
0 comentários:
Postar um comentário