Nathalia Cavalcante
Antecipar uma fase da vida. Essa poderia ser
a frase de quatro adolescentes que dão vida ao documentário “Meninas”, de 2006,
dirigido por Sandra Werneck. Na tela, as meninas apresentam suas histórias,
cada uma com suas particularidades. O título evidencia não somente a idade, mas
também as constantes interrogações que rondam os pensamentos dessas, que poderiam
continuar com as ansiedades corriqueiras da adolescência. Porém, a maternidade
tomou lugar dessas preocupações.
A
periferia do Rio de Janeiro é o ambiente que conduz o enredo. Cada personagem é
revelada, ao longo de um ano. A gestação trouxe mudanças, a um espaço ocupado
pela rotina costumeira de quem sonhava com o futuro, ainda. No entanto, um
trecho desse tempo próximo havia se adiantado e, com isso, as adaptações
tiveram de ocorrer, sem contestações, pois a situação não permitia.
Luana, 15 anos. Sem a
presença do pai, precisou ajudar a mãe a cuidar das quatro irmãs. A responsabilidade
se acumulou mais uma vez. Segundo Luana, a gravidez era esperada, o casamento
não foi desejado por ela, bastava que estivessem juntos. Ela esperava retribuir
a mãe o esforço recebido. Evelin, 13 anos. Mesmo grávida não deixou de
frequentar o baile funk. A escola ficou para trás, na quinta série. Ela, não
escondia a sua paixão pelo namorado. Ele, havia se afastado do tráfico de
drogas. Os pais são separados, ela mora com a mãe e um irmão, o pai, que
trabalha como motoboy, acredita que falharam na educação de Evelin, por isso a
menina engravidou.